12 abril 2007

A Filha Rebelde


Annie Silva Pais filha do último líder da PIDE escandalizou os apoiantes do regime salazarista, inclusive os próprios pais, quando decidiu abandonar a imagem de "mulher objecto" que sentia ser. Segundo ela, apenas servia para acompanhar o marido, um relevante Deputado Suiço, nas festas sociais.
Farta da falta de atenção e carinho por parte do marido, e apaixonada por Cuba país onde vivia, Annie acaba por se perder de amores por Che Guevara e pelos ideais da Revolução Cubana.
Adopta uma posição de liberdade e alegria incontestáveis e junta-se ao povo cubano que trabalhava arduamente de sol a sol, renundiando aos comodismos próprios da sua classe social. A sorte bate-lhe à porta e Annie acaba por se tornar na tradutora oficial de Fidel Castro. Annie mantêm-se em Cuba e rejeita os ideais salazaristas e ditatoriais do seu país. Só regressa a Portugal em 1974, ano que data a Revolução de 25 de Abril. Esta história, depois de ser é agora levada ao teatro e está em exibição no Teatro D. Maria II.
Pessoalmente a história fascinou-me, e a representação elevou-me a estados imaginários que remetem ás vivências dos anos 60/70. Vitor Norte e Lidia Franco fazem os papeis de pais de Annie, e Ana Brandão dá vida a uma das mulheres de coragem louvável, que foi capaz de renunciar à hipocrisia da ditadura e enveredar pelo caminho mais dificil, mas que lhe trouxe a felicidade.

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