04 julho 2007

Fazer bom uso da morte?!

Há quem viva com medo da morte! Há também quem viva a pensar que quando a morte chegar, com ela chega o descanso, um "mundo" melhor. Uns pensam mais nela do que outros. No entanto, é uma fatalidade nunca esquecida, e aguardada por todos. Na peça "Fazer bom uso da morte", o retrato que dela nos é apresentado torna-se perceptível de maneira diferente, para cada espectador.
Do meu ponto de vista, há uma enorme critica carregada de sarcasmo, feito às distintas formas de vida. Umas que vivem de acordo com o socialmente correcto, tomando atitudes sedentas de preconceitos e racismos. Outros que vivem no medo de ver a essência oprimida que existe dentro de si, e que grita desesperadamente, por uma oportunidade de viver. Há uma relação intrinseca entre a vida e a morte.
Entre a seriedade e a comédia, a reflexão e o evasivo, esta peça baseada num texto de Pasolini e apresenta-se como alternativa, ao teatro convencional. Não linear, faz com que cada um tire as suas próprias ilações, e no final tente dar resposta ao bom uso que ali é feito da morte.
Ana Rosa Abreu e Daniel Coimbra são os actores que categoricamente interpretam as personagens, contando com um acompanhamento musical extremamente bem concebido, ao longo de quase uma hora e meia de peça.
Até dia 15 de Julho a casa dos dias de água continua a acolher este pequeno fruto, vindo da morte.

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